Unidos contra a Tuberculose

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Unidos contra a Tuberculose

O dia 24 de Março, foi escolhido como “Dia Mundial de Combate a Tuberculose” e a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), com o apoio da Dra. Maria do Carmo, renomada pneumologista do Hospital Otávio Mangabeira e uma referência no tratamento desta moléstia, uniram forças e realizaram uma palestra para os servidores do sistema penitenciário e algumas internas do Conjunto Penal Feminino, que marcou o encerramento da semana de combate a Tuberculose. 

Esta foi mais uma das muitas ações que a Seap, através da Superintendência de Ressocialização Sustentável (SRS), realizou durante o mês de março nas unidades com a preocupação de combater a proliferação do Bacilo da Tuberculose, principalmente, no sistema penitenciário onde à Bahia é o terceiro Estado da Federação e o primeiro, em nível norte e nordeste, com o maior número de casos no sistema penitenciário.

A palestra foi ministrada pela Dra. Maria do Carmo que concedeu a este site uma exclusiva, perguntada sobre a sua ótica de forma geral, e o que deve ser realizado para que o objetivo do combate seja eficaz. “A situação da Tuberculose é dramática principalmente nos presídios, pois a população carcerária tem um risco 28% maior que a população geral de adoecimento, e a incidência da TB nos presídios (incidência e a taxa de adoecimento por 100 mil habitantes) é muito alta. Os presídios são ambientes ideais para o bacilo da TB, que de qualquer maneira ele busca apenas se perpetuar e quando demoramos muito para fazer o diagnóstico ou quando o interno privado de liberdade já vem para o sistema carcerário doente, ele se transforma num grande risco para toda a população. Não só os privados de liberdade como todos os funcionários e prestadores de serviços do presídio. Então, eu acredito que a estratégia principal dentro dos presídios seja buscar e tratar prioritariamente os sintomáticos respiratórios e os que confirmarem a doença, que são aqueles que tossem por mais de 3 semanas e no caso dos encarcerados os que tossem por mais de 2 semanas, esta população é a mais importante, para que se busque fazer o diagnostico da tuberculose e quebrar o ciclo da doença.

Ainda de acordo com a especialista, temos que enxergar que dentro dos presídios há uma população muito jovem de negros e de analfabetos ou semianalfabetos, e esta é a população preferida pelo Bacilo de Koch que sempre tem uma predileção especial pela pobreza, pela miséria, pelo confinamento e pelas aglomerações. Ou seja, os presídios são ambientes extremamente favoráveis ao Bacilo de Koch. "O diagnostico rápido e eficaz é a melhor arma contra a tuberculose. Todas as unidades prisionais deveriam contar com um aparelho de raio-X e a realização do exame de escarro", ressaltou a Dra. Maria do Carmo.