Superintendência de Ressocialização Sustentável promove 2ª edição do evento Práticas Exitosas Biopsicossociais no Sistema Prisional Baiano. Na ocasião os profissionais apresentaram as práticas e projetos com impacto na garantia da assistência à população privada de liberdade.
A mesa de abertura esteve composta pelo Superintendente de Ressocialização Sustentável, Luís Antônio Fonseca, pela Diretora de Acompanhamento Biopsicossocial ao Interno, Mirian Bruno da Silva, e pela Diretora da Central Médica Penitenciária, Dra. Maria Teresa Resende.
O superintendente da pasta parabenizou a iniciativa da Diretoria de Acompanhamento Biopsicossocial ao Interno por viabilizar a difusão do sistema penal à sociedade civil organizada. Fez também referência ao prêmio Boas Práticas, que a equipe do Conjunto Penal Feminino foi contemplada recentemente, através de menção honrosa: [...] "através do Projeto: Estou livre, e agora?" trouxeram à tona o paradigma social, que vêm se agravando e repercute na massa carcerária.
Na ocasião, a Diretora Biopsicossocial, Mirian Bruno, ressaltou a importância e engajamento do servidor penitenciário tecendo considerações sobre a valorização do funcionalismo público.
A Diretora da Central Médica Penitenciária, Dra. Maria Tereza, enfatizou que as rotinas, protocolos e práticas precisam ser valorizados, pois incidem diretamente na cidadania e ressocialização da população carcerária e nesta conjuntura fez alusão ao que denominou de uma nova versão do sistema prisional.
Na sequência, as apresentações tiveram início com a psicóloga da Colônia Penal de Simões Filho, Michelli Freitas que explanou sobre os Círculos Restaurativos e sua eficácia nos grupos terapêuticos. Foi evidenciada a aplicabilidade eficiente e promissora desta técnica no sistema prisional.
Posteriormente, o enfermeiro Adriano Araújo e a enfermeira Fabiana Ferreira do Conjunto Penal de Itabuna apresentaram sobre a Prevenção e riscos das infecções sexualmente transmissíveis. Neste momento em que o Governo Federal, estados e municípios vão intensificar ações de prevenção, diagnóstico e tratamento da sífilis mediante Resposta Rápida à Sífilis nas Redes de Atenção é extremamente oportuno e condizente discutir essa questão.
A terapeuta ocupacional, Daniela de França Monteiro, falou sobre a prevenção e promoção em grupos de idosos no Conjunto Penal de Juazeiro. Assunto que demanda atenção, principalmente no âmbito de saúde pública e direitos humanos, e que precisa ser vislumbrada pelos profissionais de saúde, das autoridades e da sociedade civil.
O Projeto Vida Saudável do Conjunto Penal de Juazeiro, que utiliza a dança zumba como intervenção multidisciplinar, foi descrito pela psicóloga Amanda Gabrielli Costa. A adesão e repercussão expressiva dessa estratégia foi elencada em gráficos, enquanto marcadores metodológicos de eficiência terapêutica e ocupacional.
A fisioterapeuta do Complexo da Mata Escura, Sheila Nascimento, destacou a importância do cuidado dentro e fora das grades e detalhou o processo de adoecimento, enquanto modulador do sujeito, seja custodiado ou na condição de servidor penitenciário. Teceu ainda, considerações sobre a pesquisa-intervenção: "Além das grades - associação entre aspectos psicossociais do trabalho e transtornos mentais comuns em agentes penitenciários" que realizará com os agentes penitenciários com o intuito de balizar melhorias no ambiente de trabalho.
O Hospital de Custódia e Tratamento (HCT) esteve representado pela psicóloga, Dra. Claudia Vaz, que elucidou sobre os processos de subjetivação em contexto de privação de liberdade. Com a premissa da aposta no sujeito em detrimento da aniquilação, institucionalização e exclusão, a profissional elencou ações e narrativas de afirmação do lugar circunscrito ao sujeito no cárcere, advertindo para os perigos da invisibilidade.
A psicóloga Caroline de Oliveira do Conjunto Penal de Juazeiro inovou com o Projeto: Cognição - dificuldade no aprendizado. Através de parceria com o Setor de pedagogia da instituição, apresentou resultados oriundos da prática integrada de identificação nos problemas de aprendizagem e intervenção estratégica.
Por fim, com o foco na atenção a saúde mental, a psicóloga Rolicária Santos do Conjunto Penal de Teixeira de Freitas relatou a vivência da arteterapia como redutor de psicotrópico no publico feminino da unidade prisional. Prática de extrema relevância, pois a maioria das mulheres passam a fazer uso de medicação após a entrada na prisão.
Registramos a presença da Diretora Adjunta do Conjunto Penal Feminino, Sra. Fernanda de Carvalho Lima, da Área Técnica de Saúde Prisional da Secretaria Estadual da Saúde, Sra. Eveline Arruda e Sra. June Reis, e a Sra. Priscila Gaudêncio da FUNDAC.