Programa Novembro Negro em Sintonia leva música, palestras e entrevistas a detentos do Conjunto Penal de Jequié

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Programa Novembro Negro em Sintonia leva música, palestras e entrevistas a detentos do Conjunto Penal de JequiéA Pandemia do Covid 19 estabeleceu distância entre muitas pessoas e classes. Dentre estas, as unidades prisionais foram uma das mais afetadas com o distanciamento social. A educação nas unidades prisionais encontrou aí mais um gargalo a ser superado.

Para amenizar as consequências advindas do período pandêmico, diversas iniciativas vieram a ser implementadas na educação e cada unidade vem adotando suas medidas para um retorno seguro e adequado. No conjunto penal de Jequié, a educação vem superando todo esse processo com enfrentamentos diversos que vão desde a distribuição de material pedagógico a medidas de incentivo a participação dos estudantes nos exames de certificação ENCEJA e no Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM, dentre outros projetos.

Além disso, as atividades culturais também são pautas presentes na unidade. Medidas que contam sempre com a participação da equipe da educação e da coordenação laborativa da unidade, representada pela Sra. Edna Sales. Nesse novembro, mês em que se comemora a consciência negra, professores da unidade lançaram mão do uso de Frequência Modulada e por intermédio das ondas sonoras proporcionaram que, integrantes da unidade prisional tivesse acesso a palestras, informações, entrevista e muita música.

Nesta primeira edição, o Novembro Negro em Sintonia entrevistou o Diretor do Conjunto Penal de Jequié, o Major João Henrique Rebouças que falou sobre consciência negra, superação e resiliência e do papel do sistema prisional na reinserção social do sujeito privado liberdade, a Defensora Pública, Dra. Itanna Pelegrine que fez uma abordagem acerca da atuação da defensoria pública, formas e serviços oferecidos à comunidade carcerária; fez ressalvas as condicionantes relativas ao encarceramento da população negra no Brasil e na Bahia, pautando a realidade do Conjunto Penal de Jequié. O programa ainda teve a participação do Padre Arlekson e do Pastor Jeová Sol que fizeram um momento de reflexão sobre a perspectiva da superação ao preconceito e ao racismo estrutural.

O momento cultural foi regado com muita música ao vivo – embalado pela voz da professora Elenita acompanhada pelo professor Marcus, no violão, além de muita discussão sobre a temática da consciência negra e a importância da população negra na construção da sociedade brasileira, temática abordada pelos professores Alan e Ricardo. E o momento todo especial, com um podcast da Professora Janei Reis, uma das pioneiras da educação prisional em Jequié.

O dia da consciência negra ainda contou com uma vasta programação composta por atividades diversas como o Desfile da Beleza Negra sob coordenação da professora Gilde Luana e da professora Rita de Cássia; apresentação de capoeira, coordenado pela coordenadora Josiane, professora Claudia, professora Glaura e professor Arlekson; cinema, mediado pelos professores Alan e Romulo e oficina de pintura, sob condução das professoras Fernanda, Jamile e Beatriz e professor Rael.

O programa denominado Novembro Negro em Sintonia, de autoria e coordenação dos Professores Domingos Calixto, Elenita Aragão e Lucia Barreto, contou com a colaboração de todos os professores da unidade, da Diretora Fabrine, do vice-diretor Rael e da coordenadora Josiane Xavier.

Este projeto que trabalha com temáticas veiculadas por meio de ondas sonoras e que conta com a parceria da Direção da Unidade Prisional e da Coordenação de atividades laborativas teve seu início com a temática da Consciência Negra e já se organiza para ampliar sua realização com outras propostas temáticas dentro da Unidade Prisional de Jequié.