
A Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SEAP), em parceria com a Secretaria da Educação (SEC) realizaram, nesta segunda (27), no Colégio Professor George Fragoso Modesto, o qual encontra-se dentro da Penitenciária Lemos Brito, uma aula inaugural do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC).
A aula inaugural contou com a presença de várias autoridades, como o Secretário de Administração Penitenciária e Ressocialização, Nestor Duarte; o Superintendente de Ressocialização Sustentável, Luis Fonseca; o superintendente da Educação Profissional e Tecnológica da SEC, Ezequiel Westphal; o gerente do PRONATEC, José Antônio Souza; e o diretor do Colégio Professor George Fragoso Modesto, Gideon Ribeiro, além de professores, agentes da polícia prisional e diretores de colônias penais.
O Secretário Nestor Duarte falou sobre o impacto do projeto na vida dos reclusos. “Para uma pessoa que está privada de liberdade o dia é longo e os cursos profissionalizantes dão oportunidade para que ocupem o tempo de forma produtiva. A possibilidade de remissão de pena também aumenta o estímulo para que ela estude e se dedique ao trabalho. Em apenas um mês a SEC esteve na unidade duas vezes, isso mostra o compromisso do Governo do Estado com a Educação Pública, incluindo a realizada em escolas prisionais"
O evento marcou o início das atividades das turmas do curso de Eletricista Predial de Baixa Tensão, onde foram ofertadas 34 vagas divididas em duas turmas para os apenados da Lemos Brito e da Lafayete Coutinho, ambas em Salvador, e uma turma para o curso de Pizzaiolo, contemplando 20 internos da Colônia Penal de Simões Filho. As três turmas contam com a carga horária de 160 horas e são direcionadas exclusivamente para pessoas privadas de liberdade.
Conhecido na unidade prisional como “professor”, o detento JR de 47 anos, desde que chegou a dois anos, o bacharel em Direito vem se dedicando as aulas de Literatura, Gramática e Inglês, disse que para ele a inserção de cursos profissionalizantes melhora a autoestima dos estudantes. “O que está preso é meu corpo físico, mas minha mente é livre para o conhecimento. Como fiz Direito, tento converter um cenário que seria ruim para o lado positivo e aproveito para ajudar meus companheiros e analisar as leis com outra ótica. Cursos como estes ajudam a todos a ocupar a mente e a movimentar o nosso conhecimento”.
A policial penal, Aline Santos, atuante na unidade Lemos de Brito há 15 anos, falou sobre a importâncias de medidas ressocializadoras como essa dentro da unidade prisional no comportamento dos detentos. “Eles se interessam bastante por propostas assim. São momentos positivos, porque propiciam uma nova rotina para eles. Além da remissão da pena, que a lei garante a cada 12 horas de estudo um dia a menos da sentença, eles possuem a oportunidade de conversar com outras pessoas, ficam mais leves, sorridentes e sentem que estão mais próximos da liberdade. A ação é motivadora, melhora a convivência e oferece mais chances de ressocialização. Eles sabem disso e agarram a oportunidade com muita dedicação”.